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Vai ficar tudo bem? Sei lá...

  • Foto do escritor: Bel Oliveira
    Bel Oliveira
  • 4 de abr. de 2020
  • 3 min de leitura

Às vezes - não tão poucas vezes quanto eu gostaria - dou umas surtadas e me afundo na tristeza que é estar vivendo esses dias. Que fase... Não preciso e nem estou lendo as notícias pra isso. Março parece que durou 30 anos. Não consigo ver os planos que fizemos saindo da posição de planos porque nem sei se o amanhã vai existir. Sim, sei que mesmo em tempos onde não tem pandemia ou quarentena, não tem como garantir que a gente vai acordar vivo, né? Não tem. Não consigo ser um poço de produtividade, seguir horário, cumprir meta, ler todo dia, fazer exercício, esboçar felicidade constante na vida, nas coisas de sempre, nas coisas novas. Sequer temos bebido porque o coronavírus tirou nossa vontade de álcool 😅 (Se você me acompanha nas redes sociais já sabe que tivemos o vírus aqui em casa). Me falta ânimo, paciência, disposição, coragem, esperança, vontade pras mínimas coisas. Me sobram desânimo e incertezas.



Isso tem mexido muito comigo essa semana porquê minha viagem pro Brasil seria em 10 dias. Não vou ao Brasil tanto quanto eu gostaria porque não tenho condições financeiras pra isso, então a viagem foi planejada há vários meses, dinheiro economizado, expectativa pra volta, minha mãe viria comigo e viajaria de avião - logo uma viagem internacional - pela primeira vez e aos 75 ANOS! Cês entendem o que isso significa pra uma família de mulheres pretas? É muito! Eu não vejo minha mãe e sobrinha desde janeiro de 2019 quando estive no Brasil pela última vez e não vejo minha irmã desde maio de 2019 quando ela conseguiu com muito esforço vir pro nosso casamento. Sinto falta de casa. A viagem tinha como propósito único e exclusivo estar com elas. Eu iria sozinha, tinha inclusive deixado passar a comemoração do nosso primeiro ano de casamento e ficaria lá por um mês, no calor de casa e do meu Maranhão. Não vou mais e não sei quando as verei. Saudade é uma merda e aí eu só consigo chorar. Choro muito mesmo pra ver se passa, mas não passa.



Ontem comecei a chorar mais uma vez e o Daniel me abraçou forte, daí comecei a molhar a cabeça dele com as lágrimas e ele disse com a velha calma de sempre: “pode chorar na minha cabeça, é bom pra hidratar meu cabelo!” Parei na hora e disparei a rir porque, né? Não tem condição de lidar com isso 🤣 Nessas horas, mesmo com toda a saudade de casa e da minha família, eu entendo que não poderia ter companhia melhor que ele pro apocalipse que tá passando pela nossa janela. Claro que queria ter todas as pessoas que amo aqui mas infelizmente não é possível.








Esse é só um desabafo mesmo porque certas coisas fogem do nosso controle, mas falando das coisas que temos controle, tem uma bem legal: hoje Daniel e eu completamos 5 anos juntos. Parece que 2015 foi ontem e a caminhada com ele tem sido de descobertas e companheirismo, independente das tempestades que apareçam por aí. Só nós dois entendemos o significado de sorte na nossa relação e do quanto nos empenhamos pra essa tal “sorte” chegar e ficar. Relacionamento não é presente de (insira a sua crença), é escolha diária e escolher estar ao lado dele é leve e me faz bem demais (mas não pense que isso aqui é um comercial de margarina porque não é, tá?)




Enfim, escolham bem seus pares, menines! Faz uma diferença danada saber que a gente merece amor e afeto, inclusive quanto tá na pior ❤️ #quarentena #vidareal #tristeza #saudades #ansiedade #depressão #saudemental

 
 
 

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